quarta-feira, 1 de junho de 2011

O envelhecimento: mudanças físicas e cognitivas


O processo de envelhecer é inevitável e comum a todos nós. As transformações físicas, psicológicas e sociais acabam por acontecer. É notório que, com o passar da idade, a velocidade de desempenho de tarefas e a memória sejam afectadas. Por outro lado o esquecimento é mais frequente e natural. Tudo isto se deve, naturalmente, à idade avançada que caracteriza a velhice, mas também do tipo de vida que o acompanhou até a esse ponto.  Causas secundárias, como o álcool, tabaco e a ausência de exercício físico ajudam, de sobremaneira, ao aparecimento mais precoce dos factores descritos atrás.
Como Erikson disse, é muito comum chegarmos a esta fase da vida e existir um contraste de sentimentos: por um lado, se nos sentirmos realizados, valorizados e agradecidos com a vida passada, existe um sentimento de integridade; mas por outro, acontece muito frequentemente os idosos considerarem a sua vida mal sucedida, demasiada centrada em si mesmo, sem que tivesse deixado uma marca no mundo. Como sabem que a sua hora da morta se aproxima e, por isso, já não há tempo para voltar atrás e corrigir, apodera-se deles um sentimento de desespero.
Para finalizar, referir que junto com o envelhecimento vem a idade da reforma. Deixam de trabalhar, e muitas vezes o seu estatuto familiar muda, mais propriamente para viúvos.    

Erik Erikson e o Desenvolvimento Psicosocial

Erikson considera, tal como Piaget, que o desenvolvimento prossegue de acordo uma sequência. Neste caso, ele elabora uma lista com 8 estádios, desde o nascimento até à morte.
Segundo ele, cada idade ou período de desenvolvimento é caracterizado por tarefas específicas e pela experiência de determinado conflito, ou crise. É através da resolução do conflito de cada estádio que o indivíduo adquire novas capacidades, que se desenvolve. A resolução positiva e favorável da crise, constitui uma aquisição positiva que se manifesta a diferentes níveis: psicológico, emocional e social.
Nota: Para uma melhor interpretação, visualizar 1º vídeo da barra do lado direito.

Confiança vs Desconfiança (0-18meses)
Este estádio é marcado pela relação que o bebé estabelece com a mãe. Se a relação é compensadora, a criança sente-se segura manifestando uma atitude de confiança face ao mundo. Se a relação com a mãe não é satisfatória, desenvolve-se sentimentos de modo que conduz à formação de uma atitude de desconfiança.
A crise deste estádio ocorre entre o bebé e a mãe.

Autonomia vs Dúvida e Vergonha (18 meses-3anos)
Neste estádio, a criança está apta a explorar activamente o meio que a rodeia.
Se for encorajada, desenvolve autonomia e auto-suficiência. Se for muito protegida e controlada, desenvolve um sentimento de dependência, de vergonha em se expor, de dúvida em relação às suas capacidades.
Depende muito da aprovação das outras pessoas e apresenta o desejo manifesto de independência.

Iniciativa vs Culpa (3-6anos)
As crianças tomam iniciativas e desenvolvem as suas actividades sentindo grande prazer quando obtêm sucesso.
Se não conseguem ou não é favorecido o desenvolvimento das suas iniciativas pela repressão ou punição dos pais, a criança sente-se culpada por desejar comportar-se segundo os seus desejos.

Indústria vs Inferioridade (6-12anos)
Na nossa cultura predominam as actividades escolares neste estádio.
Se a criança corresponde ao que lhe é exigido no processo de aprendizagem, a sua curiosidade é estimulada bem como o desejo de aprender. O sucesso desenvolve nela sentimentos de auto-estima, de competência.
Se a criança se sente incapaz de atingir com sucesso as actividades escolares, quando os seus companheiros o atingem, pode desenvolver um sentimento de inferioridade desinvestindo nas tarefas.

Identidade vs Confusão ou Difusão (12-18anos)
A construção da identidade é tarefa fundamental deste estádio.
A identidade constrói-se através da experimentação de vários papéis possíveis, o que vai permitir ao adolescente reconhecer-se como pessoa única e distinta de todos os outros.
Se não consegue definir os papéis que pode ou quer desempenhar, experimenta uma confusão de identidade e de papéis.

Intimidade vs Isolamento (18-30anos)
Com uma identidade já construída, o adulto desenvolve relações de amizade, de afecto com outros.
Se não consegue estabelecer esses laços sociais, pode isolar-se distanciando-se dos outros.

Generatividade vs Estagnação (30-60anos)
Há uma grande vontade de tornar o mundo melhor, de transmitir aos mais jovens valores e propostas.
O adulto pode não desenvolver actividades úteis para os outros, preocupando-se apenas consigo próprio.

Integridade vs Desespero ( após 65anos)
O indivíduo avalia a sua vida podendo experimentar sentimentos de satisfação ou de fracasso.
O sentimento de integridade ocorre de uma avaliação positiva da sua vida, aceitando a sua experiência como valiosa.
O desespero resulta de uma avaliação negativa da sua vida e da impossibilidade de começar tudo de novo.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Lawrence Kohlberg e o Desenvolvimento Moral

Este psicólogo americano investigou o desenvolvimento do raciocínio  moral com base em dilemas. Com base nestas questões e dilemas, Kohlberg construiu 3 níveis de raciocínio moral, cada um deles sub-dividido em 2 estádios, perfazendo um total de 6 estádios.

Nível I: Pré-convencional (infância) - Neste nível, a criança raciocina em relação em si mesmo, e ainda não compreendeu ou integrou totalmente as regras ou as expectativas sociais.
  • Estádio do castigo e da obediência - Evitar infringir regras que acarretam punições, obediência em si mesmo, evitar danos físicos a pessoas e bens
  • Estádio do objectivo individual instrumental e da troca - Seguir as regras apenas quando se tem interesse pessoal, agir de forma a satisfazer os próprios interesses e deixar os outros fazerem o mesmo
Nível II: Convencional (adolescência) - Neste nível, o indivíduo considera correcto aquilo que está conforme e que respeita as regras, e, as expectativas da sociedade.
  • Estádio das expectativas interpessoais mútuas, dos relacionamentos e da conformidade - Corresponder às expectativas das pessoas mais próximas ou aquilo que as pessoas experam de nós. Ser "bom" é importante, e significa mostrar interesse e boas intenções pelos outros. Estabelecimento de relações reciprocas com as outras pessoas, como lealdade, confiança, respeito e gratidão.
  • Estádio da preservação do sistema social e consciência - Cumprir os deveres com os quais concordamos. As leis são para ser cumpridas, excepto em caso extremos.
Nível III: Pós-convencional (vida adulta) - Um indivíduo inserido neste nível compreende e aceita as regras da sociedade na sua globalidade, mas só porque primeiramente aceita determinados princípios morais que lhe estão subjacentes. No caso de um desses princípios entrar em conflito com alguma regra da sociedade, o indivíduo julgará com base no principio e não na convenção social. 
  • Estádio dos direitos originários, do contrato social ou da utilidade - Ter consciência que as pessoas defendem diferentes valores e opiniões, que grande parte dos valores e regras são específicos de determinado grupo embora devam ser respeitados a fim de se garantir a isenção, até porque fazem parte do contrato social. No entanto há valores, como a vida e liberdade, que têm de ser defendidos e respeitados independentemente da sociedade em questão.
  • Estádio dos princípios étnicos universais - Seguir os princípios étnicos por nós escolhidos. Os acordos sociais são normalmente válidos porque, normalmente, se baseiam nesses princípios. Quando as leis violam esses princípios, agimos de acordo com estes, até porque são premissas universais da justiça: igualdade dos direitos humanos. Kohlberg afirmava que muitos poucos indivíduos atingiam este estádio.

As regras e a moral dentro de uma Sociedade


Cada sociedade possuí um conjunto de regras sobre os comportamentos desejáveis e indesejáveis que podem ser realizadas pelos indivíduos. Existem acções que são considerados positivas e valiosas, enquanto outras são consideradas negativas e devem ser evitadas. As noções do bem e do mal estão profundamente enraizados nos indivíduos e na sociedade. Nenhuma sociedade não tem tais regras, chamadas de bons costumes ou ética.
Uma vez que os indivíduos vivem numa sociedade e que podem ter interesses coincidentes com os de outros, é fácil gerar conflitos, sendo necessário estabelecer regras para a organização em conjunto.
Aprender as regras começa muito cedo, com os adultos (pais) a transmitir conhecimentos à criança (educação) colocando um forte ênfase no respeito pelas regras, o que torna possível a convivência.
Vendo isto, podemos afirmar que a moral é formado por todas as normas gerais que regem a conduta entre os indivíduos. A componente moral é inata, mas é moldada pela educação, cultura e pela forma da sociedade.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Consumismo - fenómeno social

O consumo, é um fenómeno social complexo, condicionado por múltiplos factores e, com influência sobre a vida humana. O consumo, pode ter os seu benefícios, mas por outro lado é um fenómeno com que o consumidor deve estar preocupado.
É o acto económico que nos permite concretizar a satisfação de uma necessidade, através da destruição, ou uso de um bem ou serviço. O acto de consumo é um direito mas acarreta obrigações e responsabilidades económicas, sociais, políticas e ambientais.
Vários são os tipos de consumo, desde consumos essenciais e supérfluos a consumo privado e público, individual ou colectivo. Existem pois, diversos padrões de consumo, consoante a época, a localização geográfica, a cultura dos povos, o rendimento das famílias.
Hoje, o consumismo faz parte do ser humano, do seu pensamento, comportamento e do seu quotidiano. Aliás, a vida do ser humano é fundamentalmente alimentada e sustentada pelo forte consumo. Em qualquer local em que nos encontremos, existe uma atracção para consumir através da publicidade/marketing nos media. A televisão acarreta grande parte da responsabilidade deste acto de consumir.
A televisão influencia a vida dos cidadãos. Pelas suas características técnicas, acaba por condicionar o espectador a uma atitude de observação passiva das mensagens que recebe. Ao mesmo tempo, há um aviso dos analistas que chamam frequentemente a atenção para os perigos de manipulação que podem advir do contacto exclusivo com um meio de comunicação de massas tão imediato.
Mas, por outro lado, a dimensão informativa no mundo actual não pode deixar de ser apreciada. Com a revolução das telecomunicações, multiplicaram-se as possibilidades de envio de informações à escala mundial. As populações podem manter-se informadas muito rapidamente. Assim, torna-se mais difícil o exercício de um poder único e central.

As 3 instâncias de Personalidade segundo Freud

ID: é o 1º elemento. É inato, o que significa que a energia psíquica deriva apenas de tendências instintivas de natureza biológica que visam a satisfação imediata na busca exclusiva do prazer A busca egocêntrica de prazer leva a constantes frustrações e conflitos dado que, no mundo real, não existem condições que permitam que o objecto necessário esteja disponível sempre que o individuo o procura.

EGO: Tem por função orientar as pulsões de acordo com as exigências da realidade, de modo a tornar possível a adaptação do indivíduo ao mundo externo. No seu papel de árbitro na luta entre as pulsões inatas e o meio, o ego, conta com a ajuda de um conjunto de mecanismos de defesa que se vão formando e exercem um controlo inconsciente sobre as pulsões que ameaçam o equilíbrio psíquico do individuo. Estes mecanismos de defesa devolvem ao inconsciente os materiais que procuram tornar-se conscientes.

SUPEREGO: Se considerássemos a criança apenas em termos de id e ego, poderíamos dizer que ela seria perfeitamente amoral. O desenvolvimento do sentido de moralidade só é possível quando ser forma uma outra instância do aparelho psíquico: o superego. Este controlo imposto a partir do exterior tende, pouco a pouco, a ser interiorizado e, por volta dos sete anos, o superego é já uma instância interna que, segundo Freud, actua de modo automático e espontâneo. O superego representa um conjunto de valores nucleares como: honestidade, sentido de dever, obrigações, sentido de responsabilidade e outros. A constituição e a manifestação do superego não eliminam a actuação do id, que se mantém activo ao longo da vida. Toda a teoria freudiana se desenvolve à roda de conceitos de energia sexual ou libido.

Sigmund Freud e o método psicoanalítico

Fundador da psicanálise teórica e prática partiu da ideia base de que os comportamentos humanos são influenciados por instintos reprimidos. A psicanálise pretende, assim, descobrir os significados inconscientes que se ocultam atrás das ações, das palavras e das imagens a fim de curar o indivíduo.
Um dos métodos terapêuticos mais importantes é a interpretação dos sonhos e a associação livre do paciente. Como portador da consciência, o "eu" percebe o mundo exterior e ordena as impressões sensoriais. Por seu lado, o "id" é o inconsciente e o portador dos instintos humanos. O "eu" tenta influir sobre o "id" e actuar como mediador entre este e as exigências do mundo exterior. Seu objectivo é colocar "o princípio da realidade no lugar do princípio do prazer, que domina sem limitações o id . Em relação ao eu, a percepção desempenha o mesmo papel que o instinto em relação ao id. O eu representa a razão e a sensatez, ao contrário do id, que é a paixão". Freud nomeia um terceiro elemento, o superego, portador dos valores "superiores" do ser humano (moral, normas impostas, consciência, dever etc.). A teoria de Freud, que ele estendeu a todos os âmbitos espirituais e culturais, exerceu uma enorme influência sobre as ciências humanas e do espírito.
Há uma expressão famosa de Freud sobre a sua teoria do consciente e inconsciente. Dizia ele que "a nossa consciência é como um iceberg, onde apenas dez por cento está a flutuar na água, e o resto está muito abaixo da água. A parte consciente é o único à tona e inconsciente é o nível de entre a mente consciente e inconsciente".
Para uma melhor interpretação desta teoria, ver o 1º vídeo da barra do lado direito (Teorias de Freud)